Semana passada o muro mais famoso da História Contemporânea estava de aniversário. Aliás, suas ruínas.
Então, segue um histórico daquele que representou, para muitos 'aventureiros' da História da Guerra Fria, o mais alto cume a ser transposto.
Origem
Em 1948, a URSS criou um bloqueio terrestre no acesso à cidade de Berlim que se situava na parte soviética, dificultando a circulação de pessoas e abastecimento na parte ocidental. A resposta do ocidente foi o abastecimento por via aérea.
Porém, em agosto de 1961, os soviéticos resolveram construir um muro que dividiu a cidade de Berlim em ocidental e oriental, impedindo a fuga de habitantes do lado oriental para o ocidental. Até aquele momento haviam registrado a fuga de 2 milhões de pessoas em uma população de 18 milhões. O Muro de Berlim tornou-se, assim, o símbolo da Guerra Fria .
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| Início da construção do maior símbolo da Guerra Fria |
Características
O Muro possuía, ao todo, 155 quilômetros de extensão, media 3 metros de altura e possuíam 302 torres de vigia. Ele contornava a parte ocidental da cidade de Berlim. Dividia em duas partes praças, cemitérios, lagos e avenidas que acabaram por ser interditadas por esse motivo. Em 1967, o governo comunista construiu um segundo muro, separado a uma distância de 100 metros em média. No centro deles foram instalados arames farpados, minas, metralhadoras acionadas por células fotoelétricas e cães treinados. Aqueles que se arriscassem a passar o bloqueio dos muros poderiam ser fuzilados.
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| Muro em 1980 |
Depois de simplesmente um símbolo, passou a ser símbolo de ruínas
Passados anos de conflito entre as duas forças antagônicas, o socialismo entrou em colapso e o muro não tinha mais a mesma força. O presidente americano Ronald Reagan, em 1987, discursou: “Senhor Gorbatchev, derrube este muro”. Não exatamente por essa ordem, mas no ano de 1989, as fronteiras foram abertas, o governo oriental liberou a travessia entre as duas Berlins e a população começou a demolir o monumento com picaretas e martelos. A sua destruição, enfim, representou também o fim da Guerra Fria e a reunificação alemã.
O vídeo a seguir é a matéria do Jornal Nacional sobre a queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989. Essa matéria tem interessantes imagens sobre a euforia dos berlineses nesse momento.
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Na conhecida East Side Gallery, as ruínas do muro se estendem por 1,3 quilômetro ao longo do Rio Spree. Enquanto a parede ocidental do muro já havia sido colorida por diversos pintores e grafiteiros, a parede oriental manteve sua aparência cinzenta até que, com a reunificação, artistas de todo o mundo deixaram lá sua contribuição. Assim surgiu a que é hoje chamada de East Side Gallery, integrada ao patrimônio histórico em 1992. |
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Observadores mais atentos podem ver aqui um caminho de paralelepípedos que demarca a linha percorrida anteriormente pelo Muro. Seguindo esta trilha em direção ao sul, o visitante é levado à Potsdamer Platz, praça que por muito tempo foi o maior canteiro de obras da Europa e hoje representa o centro novo de Berlim. Aqui fica mais difícil seguir os restos do Muro e é quase impossível imaginar como era a região antes de sua queda. Não fosse por um trecho de cerca de 20 metros do Muro e de uma torre de vigilância mantidos entre os novos e imponentes edifícios. |
A matéria do Jornal Nacional a seguir, complementa o fim da Guerra Fria com a notícia sobre a renúncia do líder da União Soviética, Mikhail Gorbachov selando o fim definitivo da antiga URSS.
Tentativas de fuga: sucesso ou fracasso
25.500 pessoas fugiram da Alemanha Oriental desde a construção do muro, em 1961. Porém. aproximadamente 133 azarados fracassaram naqueles primeiros anos. Um deles, o alemão oriental Peter Fechter, de 18 anos, foi assassinado ao tentar cruzar a barreira do Muro de Berlim. Até a destruição do muro, outros 800 morreriam, embora o número oficial de vítimas seja 180. Porém, muitas pessoas conseguiram passar dentro de um porta-malas, voando em um ultraleve ou balão, nadando sob o arame farpado que dividia a divisão submersa no rio, cavando um túnel, escondido em materiais de construção transportados por caminhões ou simplesmente pulando o muro.
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Policiais carregando o corpo de Peter Fechter que foi derrubado por uma rajada de balas comunista quando tentava fugir para o Ocidente em 17 de setembro de 1962. |
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Um túnel por baixo do Muro: No final de 1963, um grupo reunido pelo ator Wolfgang Fuchs, do qual fazia parte o estudante Klaus-Michael von Keussler (foto), iniciou a construção de um túnel sob o Muro de Berlim. Durante dez meses foi escavado um subterrâneo de 145 metros de extensão, 80 centímetros de altura e numa profundidade de até 12 metros. Nos dias 3 e 4 de outubro de 1964, um total de 57 pessoas conseguiu fugir da RDA, antes que a polícia descobrisse e fechasse o túnel, no dia seguinte. |
Para saber mais:
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