sexta-feira, 27 de junho de 2014

Exercite seu conhecimento sobre BRASIL COLÔNIA

1. “Jean de Léry, em seu livro Viagem à terra do Brasil, fala do estranhamento que os tupinambás tinham com relação ao interesse dos europeus pelo pau-brasil: ‘Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, mairs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir (...). Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? – Sim, respondi- lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar, e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados.” Com base no seu conhecimento da história das primeiras décadas da colonização do Brasil, marque as afirmações corretas.
01. Alguns Estados europeus, como a França, não aceitavam o direito de Portugal sobre o Brasil e, dessa forma, invadiam o território a fim de disputar a posse das riquezas naturais nele existentes.
02. O pau-brasil, árvore então encontrada em abundância na Mata Atlântica, era o principal produto brasileiro comercializado na Europa no início do século XVI, onde o utilizavam como matéria-prima para tingir tecidos.
04. Na exploração econômica do pau-brasil, o escambo representou a principal forma de relações comerciais entre europeus e indígenas da América Portuguesa.
08. A exploração do pau-brasil só se tornou economicamente rentável para os portugueses com a introdução da mão-de-obra escrava africana.
16. Tanto franceses como portugueses aproveitavam-se das desavenças entre grupos tribais para a obtenção de homens para o trabalho e para a guerra.
Resposta: 01+02+04+16=23
08 está incorreta pois a mão-de-obra utilizada foi a indígena que trocava por escambo as toras da madeira.

2. O processo de colonização portuguesa sobre o Brasil tem como um de seus pressupostos básicos a manutenção do PACTO COLONIAL, que regula as relações entre Colônia e Metrópole. Explique como se dava o Pacto Colonial entre Metrópole e Colônia.
Resposta: O pacto colonial regulava a colonização dos países mercantilistas que tinham por objetivo principal o metalismo, ou seja, o acúmulo de metais precisos. A Colônia servia para sustentar a Metrópole e, por isso, não possuía liberdade política, econômica e social.

3. Costumamos dividir a colonização portuguesa na América em fases. A primeira refere-se a fase Pré-Colonial, de 1500 a 1530, quando os portugueses estavam mais interessados em explorar o comércio com o Oriente do que colonizar as terras inóspitas na América. A partir de 1530, porém, iniciando a segunda fase de colonização, Portugal decidiu colonizar essas terras por meios das Capitanias Hereditárias.

a) Explique dois motivos para essa mudança.
Resposta: As ameaças de invasões estrangeiras e a perda do monopólio do comércio no Oriente.

b) As capitanias hereditárias não tiveram sucesso porque apenas duas prosperaram. Indique quais se tornaram produtivas.
Resposta: Pernambuco e São Vicente.

4. Analise as proposições sobre a administração colonial na América portuguesa, e assinale a falsa.
a) Com o objetivo de diminuir as dificuldades na administração das capitanias, D. João III implantou, na América portuguesa, um Governo-Geral que deveria ser capaz de restabelecer a autoridade da Corte portuguesa nos domínios coloniais, centralizar as decisões e a política colonial.
b) A Capitania de São Vicente foi escolhida pela Coroa Portuguesa para ser a sede do Governo, pois estava localizada em um ponto estratégico do território colonial português. Foi nesta Capitania que se implementaram as novas políticas administrativas da Coroa com a instalação do Governo-Geral.
c) Tomé de Souza foi o responsável por instalar o primeiro Governo- Geral. Trouxe com ele soldados, colonos, burocratas, jesuítas, e deu início à construção da primeira capital do Brasil: Salvador.
d) A criação e instalação do Governo-Geral na América portuguesa foi uma alternativa encontrada pela Coroa Portuguesa para organizar e ocupar a colônia, que enfrentava dificuldades, dentre elas os constantes conflitos com os indígenas e os resultados insatisfatórios de algumas capitanias.
Resposta: b
A alternativa 'b' é incorreta pois a primeira capital do Brasil foi Salvador, na Capitania Bahia de Todos os Santos.

5. A economia colonial no Brasil, baseada no sistema de plantation, caracterizava-se pela:
a) grande propriedade da terra, policultura, trabalho escravo e produção voltada para o mercado externo;
b) pequena propriedade da terra, cultura de subsistência, produção voltada para o consumo interno e trabalho livre;
c) pequena propriedade da terra, produção manufatureira para a metrópole, mão-de-obra compulsória do imigrante europeu e policultura;
d) grande propriedade da terra, mão de obra escrava, produção para o mercado externo e cultura de subsistência;
e) grande propriedade da terra, monocultura, produção voltada para o mercado externo e trabalho escravo.
Resposta: e

6. Analise as afirmativas a seguir, referentes às atividades econômicas que marcaram a experiência colonizadora portuguesa na América entre os séculos XVI e XVIII:
I. o plantio e beneficiamento da cana-de-açúcar, caracterizou-se pelo emprego de mão-de-obra escrava de origem africana e respondia às expectativas mercantis que deram sentido à colonização.
II. a produção do pau-brasil atingiu seu auge no século XVII, em áreas antes ocupadas pela Mata Atlântica, em função do crescimento da demanda holandesa por produtos tintoriais para sua nascente indústria têxtil.
III. a criação de gado bovino nos campos da Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul intensificou-se a partir dos inícios do século XVIII, devido à mineração.
IV. a produção de tabaco destinava-se, sobretudo, a abastecer o mercado interno pois era moeda de troca na compra de indígenas.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta;
b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas;
c) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas;
d) se somente as afirmativas I, III e IV estiverem corretas;
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Resposta: b
II. A exploração do pau-brasil se deu por extração, principalmente no século XVI. Os maiores interessados eram os portugueses e franceses.
IV. O tabaco era usado para a compra de escravos na África, principalmente.

7. “É constatado que o tabaco é tão necessário para o resgate dos negros quanto os mesmos negros são precisos para a conservação da América Portuguesa. Nas mesmas circunstâncias se acham as outras nações que têm colônias, nenhuma delas se pode sustentar sem escravatura (...)” (Instruções ao Marques de Valença, governador da Bahia, em 10/9/1779, citado por VERGER, Pierre. Fluxo e Refluxo. São Paulo: Corrupio, l987). A mão-de-obra de origem africana tinha papel fundamental na sustentação da economia colonial na América Tropical. No caso brasileiro, a principal atividade econômica sustentada pelo trabalho escravo, na época em que foram dadas as instruções no quadro acima, era:
a) a extração das drogas do sertão que garantiam altos lucros aos fabricantes europeus de medicamentos.
b) a criação de gado bovino que sustentava, com a carne e o couro, outras atividades produtivas na Colônia.
c) a produção açucareira, base da economia colonial nos séculos XVI e XVII.
d) a extração mineral, apesar da diminuição da produção aurífera naquele período do século XVIII.
e) a produção de fumo que servia tanto ao consumo europeu quanto à troca por mais africanos, conforme o próprio texto citado.
Resposta: d
Século XVI: pau-brasil e cana-de-açúcar.
Século XVII: pau-brasil, drogas do sertão, mineração, criação de gado e, principalmente, cana-de-açúcar.
Século XVIII: cana-de-açúcar, tabaco, drogas do sertão, algodão, criação de gado e, principalmente, mineração.

8. Leia as estrofes do poema “A canção do africano”.
“Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão...
De uma lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez p’ra não a escutar!
´Minha terra é lá bem longe,
Das barras de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!
´Lá todos vivem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro´.
O escravo então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse coitado,
Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.
E a cativa desgraçada
Deita seu filho, calada,
E põe-se triste a beijá-lo,
Talvez temendo que o dono
Não viesse, em meio ao sono,
e seus braços arrancá-lo!”
(ALVES Castro, Recife, 1863. In: GOMES, Eugênio (org.) Castro Alves: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1976.)
As estrofes espelham a situação do africano, escravizado e exposto a uma nova realidade e condições de vida, diferentes daquelas a que estava habituado, restando-lhe poucas opções. Tendo como base de referência esse poema, analise as seguintes afirmações:
I. A opção pela escravidão do africano deveu-se, principalmente, à possibilidade de ampliação do lucrativo comércio que se estabeleceu entre a Brasil, feitorias portuguesas africanas e Portugal.
II. Os africanos vinham para o Brasil em navios negreiros. Por se tratar de uma carga lucrativa, os traficantes tinham o maior cuidado em transportá-los, tomando medidas cautelares, no que dizia respeito aos bons tratos e a higiene a fim de evitar a proliferação de doenças dentro das embarcações.
III. A ordem geral imposta pelo proprietário era a obediência do escravo e, caso não fosse cumprida, ele era submetido a castigos corporais cruéis. A principal reação dos escravos era fugir em busca de liberdade e para se defenderem da perseguição formavam comunidades chamadas quilombos.
Está(ão) correta(s) apenas:
a) I e III
b) II e III
c) III
d) II
e) I
Resposta: a
O tratamento ao escravo era deplorável, apesar de ele ter valor no mercado. Desde a captura até a condição de tratamento dos seus senhores nas fazendas e cidades, que poderia também ser violenta.

9. “O legítimo sertanejo, explorador dos desertos, não tem em geral família. Enquanto moço, o seu fim único é devassar terras, pisar campos onde ninguém antes pusera pé, vadear rios desconhecidos, despontar cabeceiras e furar matas que descobridor algum até então haja varado”. (TAUNAY, Visconde de. Inocência. São Paulo : FTD, 1992. p.30.) A figura do homem que adentra o território está presente em vários momentos na História do Brasil. Sobre este tema, assinale a afirmação INCORRETA.
a) Os tropeiros se dedicavam ao comércio de gado, cavalos e mulas, e viajavam principalmente entre Rio Grande do Sul e São Paulo.
b) As expedições dos bandeirantes paulistas em busca de metais preciosos contribuíram para o desbravamento do interior brasileiro, porém também contribuíram para o extermínio de populações nativas.
c) Santa Catarina recebeu influências das atividades tropeiras por ser caminho das tropas. Muitas vilas foram criadas a partir dessa atividade.
d) Os caminhos por onde passaram bandeirantes e tropeiros acabaram sendo abandonados e esquecidos.
e) Um dos fatores que contribuíram para as viagens de exploração do sertão dos bandeirantes foi o desejo de encontrar metais e pedras preciosas e a preação (caçada) de indígenas.
Resposta: d
O tropeirismo também foi responsável pela formação de vilas e cidades no caminho por onde eles passavam com as tropas.

10. O açúcar nosso de cada dia: Há quem diga que o sexo e a comida são os dois maiores prazeres da vida. No caso brasileiro, o açúcar vem cumprindo um papel histórico de dar liga aos dois, combinando a natureza violenta e dominadora a uma cultura adocicada, marcada pela negociação dos conflitos. A sensibilidade despertada pelo sabor açucarado e os lucros advindos desse comércio motivaram a construção de uma sociedade em que o mais português dos preconceitos não resistiu às tentações do suor escravo, conforme demonstrou Gilberto Freyre. Para mucamas, quituteiras, concubinas ou cozinheiras, a satisfação da gula tinha valor de liberdade. No cerco dos engenhos, o açúcar era o resultado de um complexo sistema produtivo, mas foi se tornando também a autonomia da colônia, a sobrevivência do escravo, o segredo da sedução feminina, a moeda dos mascates, o pecado, a autoridade e a violência do senhor. CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR: DA COLÔNIA AO ETANOL. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 8, n. 94, p. 17, jul. 2013. Sobre a produção de cana-de-açúcar, é CORRETO afirmar que: 
01) a aceleração da produção de açúcar nas regiões de floresta tropical do “novo mundo” está relacionada com um impacto social de enorme alcance: foi o principal estímulo para a construção do escravismo moderno.
02) entre as diversas plantas nativas da América assimiladas pelos colonizadores, a cana-de-açúcar foi a grande responsável pela implantação do sistema colonial português no “novo mundo”.
04) no mundo pré-moderno, a culinária pouco utilizava o sabor adocicado – era pontual o uso do mel, do sorgo-doce, de frutas, etc. Por ser fácil de armazenar e transportar, além de adoçar sem modificar muito o sabor da comida, o açúcar tornou-se o adoçante de uso quase hegemônico com a implantação do sistema colonial português na América.
08) o sucesso da produção açucareira fez com que a coroa portuguesa instalasse uma complexa estrutura administrativa, fiscal e militar no Brasil, capaz de evitar a ação de contrabandistas e invasores.
16) estimulado principalmente pela produção de etanol, o cultivo de cana-de-açúcar ainda se mantém forte na economia brasileira, destacando-se, inclusive, pelo uso de alta tecnologia e pelo grande distanciamento do uso de mão de obra em condições semelhantes às da escravidão
32) conforme a produção açucareira se desenvolveu, o campo se ajustou ao seu produto principal e às suas necessidades. Gado, lenha e farinha de mandioca estavam todos ligados ao mundo dos engenhos.
Resposta: 01+04+32= 37
02: a cana-de-açúcar não é nativa da América;
08: a cana-de-açúcar não evitou a ação dos contrabandistas;
16: a produção de etanol utiliza mão-de-obra em condições escravas até os dias atuais, explorando o trabalho de famílias sem condições básicas de vida, principalmente no interior do Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário